Teatro Procópio Ferreira, onde são realizadas as apresentações do Conservatório.
Foto: Divulgação/ Créditos ao Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos.
Tatuí é um pequena cidade do interior de São Paulo, contendo cerca de 117.823 habitantes ao todo. Apesar de ser um município pequeno, seu tamanho não o impede de possuir o maior e mais tradicional conservatório musical da América Latina, atraindo anualmente, pessoas de todos os lugares.

Levando o nome de Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, a escola é considerada uma das mais respeitadas da América Latina, tendo mais de 60 anos de história. Ganhou esse nome prestando uma homenagem a um politico muito importante para a música no estado de São Paulo, que além de atuar nessa área, também compunha operas, o que fazia dele, uma exceção na área politica.

O conservatório ainda conta com um teatro chamado Procópio Ferreira e uma biblioteca que contém mais de vinte três mil e quinhentos exemplares. Entre eles se encontram manuscritos, partituras, livros e vídeos, além de 6.000 discos de vinil e 900 CDs relacionados à música e artes cênicas. Além disso, no acervo também se encontram os instrumentos do curso de luteria, assim os próximos alunos podem fazer uso dos mesmos para as suas aulas. 

Seus 51 cursos são voltados para as áreas de música erudita, música popular, artes cênicas e construção e manutenção de instrumentos musicais, conhecido como Luteria. Todos gratuitos, com duração média de seis anos, tendo alguns dos cursos sendo lecionados desde 1954 até os dias de hoje, como piano, violino, clarinete e flauta.

Fora os cursos básicos que são lecionados desde o começo do conservatório, um curso interessante a se mencionar, é o de Luteria. “O curso é lecionado desde 1980, e o conservatório é o único lugar que proporciona um curso técnico para construção e manutenção de instrumentos no Brasil”, conta Deise Voigt, gerente de comunicação do Conservatório. Os alunos desse curso produzem réplicas de instrumentos clássicos, que ficam guardados no acervo, onde qualquer aluno pode ter acesso, principalmente os alunos que música erudita que os usam em suas aulas.

Como incentivo para os estudos, o conservatório fechou uma parceria com a ETEC de artes de São Paulo, dando a oportunidade aos alunos de terem aulas lecionadas por professores da escola de artes, que vão uma vez por semana até Tatuí. Então ao final dos seus estudos, o aluno, além de ganhar um certificado do próprio Conservatório, também se torna um técnico em música ou técnico em construção de instrumentos, agregando assim a sua experiência.

Ainda segundo Deise Voigt, até a década de 80, o conservatório só contava com aulas de música clássica, o que acabou resultando em muitos profissionais da área, terem sua formação vinda da escola. Já no meio artístico, nasci em Tatuí e fazendo sucesso em novelas da Globo, podemos citar Vera Holtz.

Com mais de 400 funcionários, a escola atende 2.357 alunos em Tatuí e 100 em uma unidade em São José do Rio Pardo, que é a única extensão existente.

Entre os funcionários dentro do conservatório, há inúmeros maestros contratados, entre eles, o também violinista Adriano Machado, que desenvolve uma fusão entre a elegância da música clássica e a descontração da música popular. Adriano já trabalhou com artistas de grande renome, tais como: Roupa Nova, Zezé Di Camargo e Luciano, Sérgio Reis, Roberto Carlos, Bruno & Marrone, Fabio jr e KLB. 

A escola de música foca na formação de profissionais. Então para ser aluno, basta querer estudar. No caso da área musical, cada instrumento tem uma idade mínima para se iniciar, variando de 7 a 12 anos, dependendo da aula que o aluno está interessado. Segundo Deise, para as crianças, quanto mais cedo se iniciar na música, mais chances ela tem de se tornar um profissional. Tirando a idade mínima obrigatória, não é preciso ter nenhum conhecimento musical.

Alunas realizando a 3ª Semana de Performance Histórica. Foto: Divulgação do Conservatório.


No caso da aluna Merlize Moreira Sousa, que saiu de Osasco para vir estudar no interior, esse foi o motivo pelo qual ela, que está em seu penúltimo ano do curso de canto lírico, optou por iniciar seus estudos no conservatório. “Eu não tinha nenhum conhecimento de música, apenas vontade de entrar no ramo, e o Conservatório foi o único lugar que me aceitou como aluna nessas condições”.

Karolyne  Delgado, aluna de artes cênicas também está cursando o seu último ano, e contou como o contato com os seus professores foi enriquecedor e importante para a sua experiência. “Todos os professores tem formações esplêndidas e acrescentam muito na nossa experiência, então aprender tudo que aprendi com eles, tanto dentro como fora de aula, foi a minha melhor experiência dentro do conservatório.  

É importante que haja um bom contato entre alunos e professores. Isso vale para qualquer instituição de ensino. Karolyne conta que o seu relacionamento com esses profissionais foi algo muito importante em sua jornada dentro do conservatório, e que quando os cortes começaram a serem feitos dentro da instituição, quais mandaram professores de grande renome embora, isso gerou uma grande revolta entre os alunos. Que assim como ela, prezam por esse contato.

Os protestos por parte dos estudantes começaram nas ruas, com uma passeata pelo centro da cidade, carregando faixas e cartazes. Eles reivindicaram, de forma pacifica, melhorias na infraestrutura e mais transparência na administração. Além de pedirem para que a cidade volte a investir em eventos musicais e teatrais.

Diversas manifestações ocorreram, mas a gota d’agua para os alunos foi o fechamento da escola durante um encontro de músicos, e a demissão de um dos fundadores do curso de MPB e jazz, Paulo Flores. Nesse dia, os alunos se reuniram na frente da entrada do conservatório e protestaram em forma de sarau, com instrumentos musicais.

Os cortes não tiraram apenas professores, mas também diversas oportunidades que os alunos tinham acesso, e hoje foi dificultada. O conservatório sempre ofereceu uma série de bolsas de estágio para os seus alunos, mas por conta desses cortes que a escola sofreu, muitas delas foram tiradas, dificultando a experiência dos seus alunos nas áreas em que pretendem atuar.

“As manifestações começaram quando começou os cortes do conservatório. Começaram a se cortar festivais, equipamentos de som, o nosso setor de artes cênicas começou a ficar sem materiais. Depois disso, uma série de coisas começaram a ser levantadas, agora atualmente junto com os cortes, tem o fato da nova gestão do conservatório não dialogar mais com os alunos”, desabafa Karolyne.

Em 2006, parte do conservatório foi comprada por uma empresa privada, fazendo com que o conservatório não seja mais totalmente pública. Isso aconteceu pelo governo de estado diminuir a verba mandada para o conservatório cada vez mais. “Se continuar nesse ritmo, vai chegar uma hora que teremos que pagar para estudar no conservatório, e sabemos que mutos alunos não tem condições para isso, então precisamos nos mobilizar para não deixarmos isso acontecer”, completa a aluna Karolyne.
Apesar dos seus altos e baixos, o conservatório de Tatuí ainda é de grande renome no meio artístico, formando grandes profissionais da arte dentro do Brasil. As portas do conservatório Dr. Carlos de Campos estão sempre abertas para quem quer conhecer um pouco mais desse meio artístico.

Para assistir algumas das suas apresentações, que englobam desde teatros, orquestras, bandas e cantos, sendo pagos ou gratuitos, é preciso estar ligado em sua agenda, disponível em seu site e no próprio conservatório. Seu funcionamento é de segunda a sexta, dependendo do horário da apresentação desejada. 
Bruna Moraes

A música como um todo, carrega consigo o poder de animar um ambiente, unir pessoas e também pode funcionar como válvula de escape para os corações turbulentos, além, é claro, de relaxar não somente o corpo, como também a mente, depois de um dia exaustivo.

21 things you never knew about periods
Ilustração: Liberty Antonia Sadler 

Mas o que muitas pessoas não sabem, é que esse sentimento de “analgésico natural”  devido ao ato de ouvir música, é mais real do que aparenta. Assim como afirma a pesquisadora Eliseth Leão, enfermeira e musicoterapeuta, que pesquisa há 15 anos, os efeitos da música no tratamento das dores.

“Enquanto escutam, as pessoas acionam algumas memórias e fazem associações com imagens que têm efeito terapêutico. A estrutura musical ajuda na liberação do hormônio endorfina, ligado ao bem-estar”, comenta.

Há milênios a música é utilizada para melhorar o bem estar físico, emocional e mental das pessoas. 

Antigamente, os xamãs (curandeiros da época) utilizavam os sons para curar o corpo e a alma de alguém. Atualmente, existe uma alternativa terapêutica semelhante chamada "musicoterapia", ela tem como principal intuito, reduzir a dor e auxiliar no funcionamento do corpo e da mente, através do uso da música, canto e ruídos.

Pois bem, agora entramos na grande questão dessa reportagem: Seria a música capaz de vencer as inimigas* de todas as mulheres?  (*TPM e Cólica)


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Ilustração: Liberty Antonia Sadler 
Primeiramente, é necessário enfatizar as diferenças existentes entre as cólicas menstruais e a tensão pré-menstrual, popularmente conhecida pela sigla “TPM”.

A ginecologista Mara S. Carvalho Diegoli, explica que a primeira distinção entre as duas, é que a tensão pré-menstrual acontece antes da menstruação, “a tensão pré-menstrual é caracterizada por sintomas psíquicos (irritabilidade, nervosismo, ansiedade, depressão) e por sintomas físicos (dor na mama, dor de cabeça, inchaço). Esses sintomas podem aparecer desde 15 dias até um dia antes do início da menstruação”. 
Já as cólicas menstruais, ocorrem durante o período de menstruação da mulher, “é uma dor aguda e intermitente, que dura um, dois, às vezes, quinze segundos ou até um minuto e passa, mas volta em seguida com toda a intensidade. É uma dor sequencial: dói/passa, dói/passa, volta a doer e a passar. Sem medicamento, ela perdura por algumas horas ou alguns dias”, comenta a ginecologista.
Algumas medidas cabíveis para combater esses dois grandes desconfortos, variam entre chás, uma boa alimentação, massagens, acupuntura, compressa quente, tratamento com medicamento e por fim, música. Sim, música.

Tal como afirma Ingrid Fernandez, ilustradora de 20 anos. "Eu ouço raggae e isso me alivia muito, porque pessoalmente falando, a maior porcentagem de carga sobre uma dor de cólica vem do fato de você não se ocupar com alguma coisa". 

A estudante de 16 anos, Paola Lima, também afirma que a música a inspira nesses dias do mês: "Eu ouço dois tipos de música, as calminhas, que são para afastar a dor da cólica e as agitadas, que são para quando eu me canso de sentir pena de mim mesma e só danço até não poder mais. Eu realmente detesto não me sentir capaz de fazer nada, então dançar com as minhas músicas favoritas me ajudam muito a passar por esse período".

Para entender porque isso ocorre, é preciso saber os efeitos que as músicas causam em nosso organismo.

A música é capaz de influenciar o nosso corpo direta, e indiretamente. Atuando de forma direta sobre as nossas células e órgãos, e de maneira indireta sobre as nossas emoções, além de ser um grande gerador de relaxamento e bem estar.

A base dos nervos auditivos são subdivididos de maneira mais ampla em relação a distribuição dos outros nervos do corpo. Logo, a música pode ter inúmeros efeitos sobre o nosso organismo, tais como: Alterações nas frequências cardíaca e respiratória, alteração na pressão arterial, relaxamento muscular, aceleração do metabolismo e redução de estímulos sensoriais (dores, entre outros).

Logicamente, a pratica de ouvir música não funciona exatamente com todas as mulheres existentes, assim como relata a designer de moda Fernanda Gomez: "A música me relaxa em algumas ocasiões sim, mas ela não faz a cólica ir embora, eu só melhoro com a ajuda dos remédios mesmo". No entanto, após tantas confirmações cientificas e relatos, é difícil negar o ditado popular que diz: "quem canta os males espanta". 



Acredita-se que um espelho quebrado lhe trará 7 anos de azar. Créditos: Thinkstock.
Superstições são comuns no mundo todo, refletindo as diferentes culturas de cada país em suas próprias crenças. Quem nunca desvirou o chinelo que estava de ponta cabeça para não matar a própria mãe? Ou evitou abrir um guarda-chuva dentro de casa para não atrair azar?

Essas crenças estão relacionadas à suposição de que forças sobrenaturais influenciam nas nossas vidas. Passadas de geração em geração, podem ter relações com tradições populares ou terem origem religiosa.

Na Polônia, por exemplo, acredita-se que quando uma grávida olha muito para o fogo, seu filho nascerá ruivo. Já os romenos, acreditam que, se uma mulher se sentar diretamente no chão, sem um tapete ou almofada, ela nunca conseguirá engravidar, pois seus ovários congelarão. Na Grécia, não são cortados cabelo de meninos na lua cheia, pois acreditam-se que eles ficarão carecas.

Mas algumas superstições que são positivas para alguns povos, podem ser negativas para outros. Esse é o caso do número 7, que para os norte-americanos e europeus, é um número da sorte, por ser cercado de coincidências. Segundo o cristianismo, o mundo foi criado em 7 dias, há 7 dias na semana, e 7 maravilhas no mundo, levando eles a crer que o número é bastante positivo. Mas já para os chineses, a história é outra. O número é cheio de azar, já que no sétimo mês chinês, os portões do inferno são abertos, deixando os mortos passeando entre os vivos.

Muitas dessas superstições, não sabemos como ou quando surgiram, elas nem ao menos tem algum embasamento científico, mas se tornam extremamente comuns na sociedade, fazendo muitas pessoas levarem a sério. “Eu acredito em superstições por elas serem geralmente de tradição familiar, você escuta tanto aquela coisa que passa a ser parte da sua vida. E como eu acredito também que o que pensamos nos move, eu seria totalmente contraditória se dissesse que não acredito”, diz Carmen Lúcia, dona de casa.

Ela conta que desde muito nova escuta sua família replicar diversas superstições, sendo a mais comum, a do chinelo virado. “Mas essa passou a ser brincadeira na nossa família, e é uma coisa que até minhas filhas brincam sobre hoje em dia”.

Já Alícia Vieira, estudante de Direito e História, superstições são muitos sérias para ela, que se considera metódica. “Minha família nunca acreditou em superstições, sempre falaram por brincadeira, mas eu não consigo seguir normalmente a minha vida se alguma das superstições que eu acredito são quebradas; tipo gato preto cruzar meu caminho, eu fico agoniada demais, se eu derrubo sal na mesa jogo pra trás, e assim vai”.

Ferraduras são comumente relacionadas à sorte. Créditos: Pixabay. 

Essas crenças populares são tão famosas no mundo todo, que achamos facilmente reproduções delas em desenhos, filmes, séries e afins. O desenho popular chamado “Padrinhos Mágicos” já mostrou uma sexta-feira 13 do Jimmy, protagonista, cheia de azar em um dos seus episódios chamado “A velha magia negra”. No filme de comédia romântica “Sorte no Amor” de 2006, é retratado de uma forma cômica uma garota sortuda e um garoto azarado trocarem a suas sortes após um beijo. No filme é mostrado a sorte totalmente baseada em forças sobrenaturais e em crenças populares, como astrologia, espelhos, gatos pretos, ferraduras e afins.

Mas as superstições podem também não serem apenas retratadas de um jeito engraçado, o que é o caso do famoso filme de terror chamado Sexta-feira 13. O número 13 é comumente relacionado a coisas ruins, acreditando-se ser o dia do azar.

Esse número é realmente levado a sério pelos norte-americanos, por exemplo. Frank Zulauf, Engenheiro Civil e Sanitarista fez uma visita aos Estados Unidos para a realização de um projeto, e se deparou com a falta do número 13 em muitos prédios. “Visitei arranha-céus onde o andar 13 não existia, e já que nunca fui supersticioso, acho isso cômico e surreal. Minha família acredita em algumas crenças populares, como quebrar espelho, passar por debaixo de uma escada, bater três vezes na madeira... Mas nunca achei que isso influenciaria na minha vida, muito pelo contrário, já usei delas para provocar. Lembro que já escolhi uma placa de carro com o número 1313 só por acreditarem que traria azar”, conta.

Se há forças sobrenaturais influenciando nossos atos, não conseguimos afirmar comprovadamente, mas a nossa mente pode nos sacanear. “Se eu acredito que algo vai dar errado, eu mesma acabo me levando a caminhos que no final vão me trazer resultados negativos, então no final, as superstições que sigo, acabam realmente me levando ao fim pessimista que imaginei”, reflete Camila Campos, estudante de arquitetura.

Existindo desde sempre em nossa sociedade, as superstições são cercadas de suposições sobre suas origens, nos levando a questionar suas veracidades e até onde elas podem influenciar o nosso dia a dia. Mas a única certeza que temos, é que sendo reais ou não, o ser humano sempre está a procura de achar sentidos no mundo onde vivemos, nos levando a ter crenças que ultrapassam qualquer explicação lógica. Então, se elas nos ajudam a continuar com os pés no chão, que mal faz acreditar um pouquinho no improvável?

Bruna Moraes e Anna Blancas

Quando se trata de gatos, há quem ame e quem odeie não os conheça devidamente. Afinal, como resistir a essas adoráveis bolas de pelo que ronronam tão facilmente aos nossos toques?

Foto por: Mark Richards

Acontece que, nem todos os gatos são admirados de forma uníssona. Quando o assunto é gato preto, por exemplo, as pessoas tendem a ser mais receosas e até mesmo preconceituosas, graças as polêmicas lendas que envolvem esses bichanos.

Mas, da onde surgiu esse temor todo em relação aos gatos pretos?

Ao analisarmos historicamente, podemos encontrar sociedades onde os gatos pretos eram temidos e outras onde eram venerados. No século XIII, por exemplo, a relação entre os gatos e as religiões pagãs, acarretou a esses bichos de estimação, uma imagem demoníaca. Os gatos eram exterminados em massa, por serem associados a bruxaria. Segundo Marcel Pinheiro, historiador e professor de história, a diminuição da população felina, acabou ajudando na propagação dos roedores que transmitiram a Peste Negra em diversas regiões da Europa.

A doença era transmitida pelas pulgas dos ratos ao ser humano, e com a falta de predadores para controlar a propagação das ratazanas, a epidemia chegou a matar 75 milhões de europeus, sendo um terço da população mundial daquele tempo.

Já no antigo Egito, segundo historiadores, por volta de 3.000 a.C, os gatos eram considerados divindades. Bastet, representadora da fertilidade e protetora das mulheres, era uma deusa que assumia a forma de um gato, então por conta da sua crença, os egípcios costumavam manter um gato preto em casa, por acreditar que a deusa os favoreceria.

Com o passar do tempo, essa visão supersticiosa que a sociedade costumava ter em relação aos gatos, cedeu espaço para o prazer da domesticação dos mesmos. O fato deles serem mais independentes, passou a agradar os amantes de bichinhos de estimação. 

Nos dias de hoje, ainda que minimizado, existem diversas culturas que acreditam em superstições envolvendo essas criaturas. No Reino Unido, algumas pessoas creem que se um gato vier em sua direção, você terá sorte na vida, mas se ele se afastar de você, o oposto acontece. Já na Escócia, a aparição de um gato preto em sua casa significa prosperidade.

Mesmo existindo sorte relacionado a esses bichanos, nos Estados Unidos, por exemplo, ainda se acredita que quando cruzamos com um gato preto, teremos azar. Já na Irlanda, se esse encontro ocorrer durante uma lua cheia, é sinal de epidemia.

“Não existem dados concretos do porquê dos gatos terem a imagem associada a coisas malignas, mas acreditavam que bruxas tinham o poder de se transformar nos gatos pretos”, relata o Historiador Marcel Pinheiro.

Ilustração divulgada na revista Weird Tales, 1941.

Segundo relatos na internet, essa lenda se iniciou na cidade de Lincolnshire, Inglaterra por volta de 1560. Reza a lenda que um pai e filho caminhavam em uma noite sem luar, e quando cruzaram com um gato preto, decidiram lhe arremessar pedras, tais quais atingiram a sua pata. O gato encontrou refúgio na casa de uma suposta bruxa, e no dia seguinte, quando os dois encontraram com a temida no mercado, perceberam que a mulher mancava, chegando a conclusão de que aquilo não podia ser coincidência. A partir desse momento, nasceu a crença de que bruxas se transformavam em felinos durante a noite.

“Gatos sempre foram animais independentes e com hábitos noturnos, creio que isso contribuiu para essa imagem misteriosa que eles carregam até hoje, sem contar que por serem escuros, eles conseguem se camuflar facilmente durante a noite”, comenta Patrícia Camargo, médica veterinária.

Os gatos com essa pelugem, assim como as panteras negras, são chamados de melanísticos. “O albinismo é a falta de melanina, então melanismo é quando se tem o excesso do pigmento, deixando-o preto”, completa Patrícia. Geralmente, esses gatos também possuem olhos bastante característicos, sendo da cor amarela, sendo uma cor mais incomum em gatos com outras pelugens.

Foto retirada do banco de imagens Pixabay.

Mesmo tendo lhe trazido azar no passado, esse mesmo pigmento que lhes trouxe maus olhares, é o mesmo que lhes proporcionam maior resistência à doenças como AIDS e HIV.

Uma pesquisa realizada em Institutos de pesquisa dos Estados Unidos, aponta que esses felinos são mais resistentes a doenças do que as outras raças de gatos existentes. Você pode ter acesso ao conteúdo que se encontra em inglês, clicando aqui

Amados por uns e desconhecidos por outros, infelizmente os gatos pretos ainda sofrem até mesmo na hora da adoção. “Minha gatinha está sempre dando crias, então eu estou sempre doando gatos, e os mais difíceis de serem adotados são sempre os pretos. Eles sempre acabam ficando para trás e é muito difícil achar quem queira ficar com eles”, diz Jéssica Correa, estudante.

Segundo dados de uma pesquisa feita em 2014 pela Associação Inglesa RSPCA (Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals), que promove o bem-estar dos animais, 70% dos gatos abandonados são pretos. Os números tiveram como base 1.000 gatos achados na rua.


As diferentes culturas existentes no mundo deram diversas famas para essa espécie de felino, dificultando o seu convívio em sociedade. Mas no final, não passam de adoráveis criaturas que merecem amor como qualquer outro bichano, então caso esteja pensando em adotar um novo companheiro, que tal considerar essas lindas criaturas em sua lista?
Ritual Umbandista, religião brasileira derivada de africanas.
Ao longo dos anos, o nome “macumba” passou a carregar uma reputação ruim, cheia de preconceitos e mitos. Mas afinal, você realmente sabe o que a macumba é?

Se analisarmos a palavra a partir do dicionário, vamos encontrar a definição: “Antigo instrumento de percussão de origem africana, que era outrora usado em terreiros de cultos afro-brasileiros”.

A Macumba, originalmente, não é o que conhecemos hoje em dia. A escritora Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, conta em um de seus livros sobre as religiões espiritas, que Macumba na verdade é um instrumento musical de percussão angolano. O objeto é originado de uma árvore que leva o nome de Macumbe ou Macumbeira, sendo nativa do continente africano e tradicional da sua cultura. 

Os africanos costumavam considerar essa árvore sagrada, então exercitam sua fé em volta da mesma, fazendo rituais, homenagens, confraternizações e agradecimento aos seus deuses orixás. Quando os escravos vieram ao Brasil na época colonial, trouxeram consigo essas árvores, onde os escravos se reuniam para lembrar de sua terra de origem.



Árvore africana Macumbe ou Macumbeira, usada para exercer a fé.
De fato, a macumba é utilizada em uma religião, mas não para praticar o mal. “Em todos os lugares vão existir pessoas com intenções ruins, mas não podemos generalizar uma religião inteira. Nunca usei minha fé para o mal e nunca vou usar”, disse Thaiane Nascimento, praticante da religião Umbanda, onde a macumba é mal vista.

Nos dias de hoje, o instrumento musical não é tão usado nas religiões brasileira derivadas das africanas, mas o objeto se assemelha ao reco-reco, que é um instrumento utilizado por grupos de samba e pagode. No Brasil, achamos o reco-reco facilmente feito de aço, já o instrumento angolano, é feito de madeira.


Reco-reco, instrumento similar a macumba, utilizada no samba e pagode.
O que seriam então os artefatos que encontramos vez ou outra pelas ruas, e somos orientados a não chegarmos perto, pois algo de ruim pode nos acontecer? O nome correto para isso seria oferenda. A oferenda, segundo o Teólogo Rodrigo Oliveira, é a forma que os religiosos acham de, quando pedem algo que precisam ao deus que louvam, dar-lhe algo em troca.

No Brasil e na África, as oferendas ocorrem de modos um pouco diferentes, pela diferença cultural dos dois lugares. Enquanto no Brasil são oferecidos cumbucas, farofas e afins, na África, os presentes que são dados aos deuses, podem ser até animais.

“Quando você faz um pedido ao seu deus, você espera receber algo em troca, sem saber como ou quando. Nas religiões vindas das africanas, eles acreditam que quando é direcionado energias ao seu deus, eles acreditam que o pedido venha mais rápida. Se pararmos para pensar, isso não está tão longe da nossa realidade, já que nas religiões cristãs, oferecemos dízimos e ofertas em troca do que estamos pedindo”, explica Rodrigo.


Os famosos “despachos” que encontramos em encruzilhadas ganharam a mesma fama que a macumba, sendo até consideradas a mesma coisa. Segundo a revista Mundo Estranho, os despachos são oferendas para o orixá Exu, e são postas em encruzilhadas pois acreditam que elas sejam uma passagem entre dois mundos. Os despachos geralmente são pedindo proteção, mas é claro que alguma pessoas devem o utilizar para o mal. Apesar da fama, a religião Umbanda e Candomblé não incentivam a pratica do mal.

Segundo estudos antropológicos, podemos analisar que o preconceito com as religiões africanas surgiram por volta da metade do século 20, pelas igrejas neopentecostais que consideravam quaisquer prática, sem ser a cristã, profanas.

O preconceito é histórico em nossa sociedade, nos instruindo desde muito cedo a ver certas praticas com maus olhos. Mas buscando conhecimentos novos, podemos quebrar os diversos tabus e receios que deixamos crescer conosco, aprendendo a aceitar o próximo com seus jeitos, crenças  e pensamentos. 
Bruna Moraes

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Photoshoot do filme "Fallen" e a autora Lauren Kate
Antes da entrevista, eis um breve resuminho sobre o que se trata "Fallen":

O primogênito da saga foi lançado nos Estados Unidos em 8 de Dezembro de 2009. O livro tornou-se imediatamente um best-seller do The New York Times, entrando na lista dos mais vendidos na seção de livros infanto-juvenil, durante seis meses e duas semanas.

A trama conta a história de Lucinda Price, uma jovem de 17 anos que é acusada de assassinar seu ex companheiro e, por consequência de seus possíveis atos, acaba indo parar no reformatório Sword&Cross. No meio disso tudo, a garota sente uma forte ligação, literalmente, de outras vidas por Daniel Grigori, um anjo caído disfarçado de mortal. Ela também se envolve com o demônio Cameron Briel, e se depara com tantos outros anjos caídos no decorrer de sua estadia no reformatório. 

Mais seis livros compõem a história sombria de Lauren Kate, sendo eles: Tormenta, Paixão e Êxtase. Além de: Apaixonados, Anjos na Escuridão e o Livro de Cam. Sendo os últimos três, spin-offs da saga.

Capas da saga "Fallen"
Curiosidade: A moça das capas é uma brasileira! O nome dela é Fernanda Brussi e, além de ser modelo em alguns de seus trabalhos, é ela quem edita as imagens. 

Em entrevista, Fernanda conta como a equipe de Lauren descobriu o seu trabalho: 

"O contato ocorreu através de emails, a diretora de arte entrou em contato comigo para negociar o uso das imagens e no final deu tudo certo." Ela também comenta sobre a sensação de ter seu trabalho estampado nos livros. "É muito satisfatorio, é muito bom poder ver meu trabalho ilustrando as prateleiras e meus amigos a toda hora dizendo 'legal, vi sua capa hoje' em diversos lugares, até mesmo em livrarias de aeroportos ou de shoppings, por exemplo." 

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"Cam" "Lucinda" e "Daniel" / Foto: Divulgação
Como toda saga bem aceita pelo público, "Fallen" também se tornou uma adaptação cinematográfica. A saga estreou nas telas dos cinemas brasileiros no dia 8 de dezembro de 2016. Porém, este não teve um processo tão simples quanto aparenta, pelo contrário. Os “Fallenatics”, fãs da saga, ansiavam noticias sobre o filme desde 2009, ano em que a Disney anunciou ter comprado os direitos da franquia dos livros para adaptação. Desde 2009, até o lançamento oficial do filme, houve muito silencio, especulações, novidades e até mesmo falsos alarmes sobre um possível cancelamento. Mas, felizmente, tudo ocorreu bem, e os fãs puderam finalmente, ver seus personagens preferidos tomarem vida e forma na tela dos cinemas.

Sem mais delongas, a entrevista com Lauren Kate:

Há quanto tempo você escreve e o que te motivou a continuar?

LK: Eu tenho escrito há mais tempo do que posso me lembrar. Quando mais nova, eu desejava desesperadamente em me tornar uma bailarina, mas aos 15, me disseram que eu não tinha “o pé certo” para a dança. Depois disso, eu simplesmente liguei o “modo escritora” e não olhei mais para trás. Inclusive, devo um crédito especial a minha (super legal e intimidante) professora de Inglês da sétima série, Ms. Calloway. Para uma atividade, nós fomos designados a manter um diário durante o ano todo. Nós o finalizamos no fim do ano para que ela pudesse lê-los durante o verão e então, envia-los de volta para nós. Eu me lembro de estar muito nervosa para abrir a carta com suas anotações sobre todas as minhas muitas divagações sobre aquele ano. Em suma, ela me escreveu: ”Lauren, você é um enigma. Continue escrevendo.” Foi a parte do “enigma” que me pegou em cheio, eu tive que procurar por essa palavra no dicionário. A ideia de que eu poderia ser misteriosa para alguém, bem, para mim foi emocionante. Eu continuei escrevendo porque ela me disse para escrever, e porque as minhas palavras tinham provocado essa reação nela.

Quais são as suas maiores inspirações para escrever? 

LK: Romance e amor são a alma da minha inspiração. Eu acredito que esse sentimento é a força mais poderosa do universo. Quando eu estou considerando escrever novas historias, sou atraída pelas velhas e ricas historias em que eu posso inserir as mais variadas formas de amor.

Como a ideia de "Fallen" surgiu?

LK: Com "Fallen", eu queria escrever uma historia de amor que envolvesse mais do que apenas dois amantes. Quando eu encontrei o versículo de Genesis (6:1-4) que fala sobre anjos se apaixonando por mulheres mortais –onde implica que eles foram expulsos do céu por causa desse amor– eu simplesmente achei tão lindo o sacrifício que eles fizeram por amor. Eu sabia que essa poderia ser uma GRANDE história de amor. Então a personagem de Luce veio primeiro, e eu passei muito tempo pensando em como ela deveria ser a ponto de atrair a atenção de um anjo. A personagem de Daniel cresceu através dela, e o resto da história se desenvolveu através de seu amor.

Como foi o processo da escrita de "Fallen"?

LK: Eu escrevi três capítulos de "Fallen" antes de perceber o quão fundo eu estava mergulhando nessa coisa toda sobre anjos -e o quão pouco eu sabia sobre isso. Então eu parei de escrever e comecei a pesquisar- eu li absolutamente tudo que eu poderia sobre o Céu, Inferno, Anjos, Demônios, Bíblia, e em textos apócrifos como os livros de Enoque, também em pesquisa crítica e em ficção como o Paraíso Perdido. Poucos meses depois, quando reuni minha própria mitologia, sentei-me e escrevi o dia todo, quase todos os dias, por cerca de três meses. Foi uma agonia. Mas no final, tive meu primeiro rascunho.

Você já pensou em desistir em algum momento durante a sua carreira?

LK: Eu já senti muita vontade de desistir. Passei dez anos enviando meu trabalho e acumulando uma GRANDE pilha de cartas de rejeição. Recentemente, eu estava limpando um armário e encontrei uma caixa com 76 cartas de rejeição! Durante esse tempo, eu perdi a esperança e deixei de escrever pelo menos uma dúzia de vezes… mas um mês ou dois depois da minha “desistência” em relação a escrita, eu de alguma forma, me encontraria rastejando fora da cama para começar a digitar o primeiro parágrafo de uma história de um novo protagonista cuja voz não me deixava desistir.

Como foi a criação dos personagens (Fallen) ?

LK: Praticamente todos os meus personagens foram baseados em pessoas reais, com exceção do Daniel. A Luce é baseada na minha amiga mais próxima de muitos anos. Cam foi baseado no meu marido (sim, eu sou casada com um demônio). Arriane é uma mistura de varias amigas loucas que eu colecionei durante os anos. Daniel, por outro lado, é baseado em torno de Luce. Eu queria que seu personagem se encaixasse exatamente no personagem dela e crescesse enquanto ela crescia, para preencher os espaços vazios ao seu redor.

Como foi para você ver a sua criação tomar vida através do filme?

LK: Tudo sobre o filme tem sido incrível até agora. É difícil colocar em palavras como era mágico ver minha criação ganhar vida desta maneira. Eu estava nervosa sobre isso até o momento em que eu conheci o elenco em pessoa. Eu já tinha muita fé em Scott Hicks, o diretor, baseado em conversas que tivemos sobre o filme. E uma vez que eu estava no set, eu sabia que ia ser um filme brilhante.

Qual foi a sua reação ao ver o elenco principal escalado (Luce, Daniel e Cam)? 

LK: Na primeira vez que eu vi suas audições eu sabia que os atores seriam perfeitos. A química entre eles é impressionante e tangível. Addison (Luce), Jeremy (Daniel) e Harrison (Cam) são incríveis e eu sei que você vai concordar quando você vê-los na tela.


Se interessou pela história? Você pode encontrar a saga "Fallen" disponível nas maiores livrarias do Brasil! Aproveita para conferir o trailer do filme: 



Bruna Moraes

O cantor britânico Harry Styles, anunciou no dia 28 de abril, a sua turnê mundial intitulada Harry Styles Live On Tour, e para a tristeza dos fãs brasileiros, o Brasil não compõe a lista de 29 shows que serão realizados pelo artista.  
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Foto: Reprodução


Essa é a primeira vez que Harry se apresenta em turnê sem os companheiros da tão popular One Direction (que está em hiatus desde 2016). 



A setlist será composta pelas músicas de seu novo álbum de estréia denominado "Harry Styles", que será compartilhado com o mundo no dia 12 de maio. Segue anexo dos nomes das tão aguardadas canções:



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A divulgação de seu projeto teve inicio no dia 7 de abril, quando liberou o single "Sign Of The Times", que já alcançou o topo das mais ouvidas em 84 países, sendo o Brasil um deles. 



Ouça na íntegra: 





Na semana seguinte, Harry não só performou "Sign Of The Times" ao vivo, como também apresentou uma música inédita intitulada "Ever Since New York" no programa Saturday Night Live, onde pudemos sentir um gostinho do que está por vir nessa nova fase do cantor. Confira:



No dia 2 de maio, Harry surpreendeu os fãs ao publicar sua nova canção "Sweet Creature" nas plataformas digitais. No Twitter, o britânico escreveu: "'Sweet Creature está disponível agora. O álbum estará disponível em dez dias. Eu estou disponível sempre. Amo vocês". 


Faltam poucos dias para a data de estréia, mas enquanto ela não chega, você pode ouvir o conteúdo disponível: 💖