Música em sintonia com a menstruação

Bruna Moraes

A música como um todo, carrega consigo o poder de animar um ambiente, unir pessoas e também pode funcionar como válvula de escape para os corações turbulentos, além, é claro, de relaxar não somente o corpo, como também a mente, depois de um dia exaustivo.

21 things you never knew about periods
Ilustração: Liberty Antonia Sadler 

Mas o que muitas pessoas não sabem, é que esse sentimento de “analgésico natural”  devido ao ato de ouvir música, é mais real do que aparenta. Assim como afirma a pesquisadora Eliseth Leão, enfermeira e musicoterapeuta, que pesquisa há 15 anos, os efeitos da música no tratamento das dores.

“Enquanto escutam, as pessoas acionam algumas memórias e fazem associações com imagens que têm efeito terapêutico. A estrutura musical ajuda na liberação do hormônio endorfina, ligado ao bem-estar”, comenta.

Há milênios a música é utilizada para melhorar o bem estar físico, emocional e mental das pessoas. 

Antigamente, os xamãs (curandeiros da época) utilizavam os sons para curar o corpo e a alma de alguém. Atualmente, existe uma alternativa terapêutica semelhante chamada "musicoterapia", ela tem como principal intuito, reduzir a dor e auxiliar no funcionamento do corpo e da mente, através do uso da música, canto e ruídos.

Pois bem, agora entramos na grande questão dessa reportagem: Seria a música capaz de vencer as inimigas* de todas as mulheres?  (*TPM e Cólica)


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Ilustração: Liberty Antonia Sadler 
Primeiramente, é necessário enfatizar as diferenças existentes entre as cólicas menstruais e a tensão pré-menstrual, popularmente conhecida pela sigla “TPM”.

A ginecologista Mara S. Carvalho Diegoli, explica que a primeira distinção entre as duas, é que a tensão pré-menstrual acontece antes da menstruação, “a tensão pré-menstrual é caracterizada por sintomas psíquicos (irritabilidade, nervosismo, ansiedade, depressão) e por sintomas físicos (dor na mama, dor de cabeça, inchaço). Esses sintomas podem aparecer desde 15 dias até um dia antes do início da menstruação”. 
Já as cólicas menstruais, ocorrem durante o período de menstruação da mulher, “é uma dor aguda e intermitente, que dura um, dois, às vezes, quinze segundos ou até um minuto e passa, mas volta em seguida com toda a intensidade. É uma dor sequencial: dói/passa, dói/passa, volta a doer e a passar. Sem medicamento, ela perdura por algumas horas ou alguns dias”, comenta a ginecologista.
Algumas medidas cabíveis para combater esses dois grandes desconfortos, variam entre chás, uma boa alimentação, massagens, acupuntura, compressa quente, tratamento com medicamento e por fim, música. Sim, música.

Tal como afirma Ingrid Fernandez, ilustradora de 20 anos. "Eu ouço raggae e isso me alivia muito, porque pessoalmente falando, a maior porcentagem de carga sobre uma dor de cólica vem do fato de você não se ocupar com alguma coisa". 

A estudante de 16 anos, Paola Lima, também afirma que a música a inspira nesses dias do mês: "Eu ouço dois tipos de música, as calminhas, que são para afastar a dor da cólica e as agitadas, que são para quando eu me canso de sentir pena de mim mesma e só danço até não poder mais. Eu realmente detesto não me sentir capaz de fazer nada, então dançar com as minhas músicas favoritas me ajudam muito a passar por esse período".

Para entender porque isso ocorre, é preciso saber os efeitos que as músicas causam em nosso organismo.

A música é capaz de influenciar o nosso corpo direta, e indiretamente. Atuando de forma direta sobre as nossas células e órgãos, e de maneira indireta sobre as nossas emoções, além de ser um grande gerador de relaxamento e bem estar.

A base dos nervos auditivos são subdivididos de maneira mais ampla em relação a distribuição dos outros nervos do corpo. Logo, a música pode ter inúmeros efeitos sobre o nosso organismo, tais como: Alterações nas frequências cardíaca e respiratória, alteração na pressão arterial, relaxamento muscular, aceleração do metabolismo e redução de estímulos sensoriais (dores, entre outros).

Logicamente, a pratica de ouvir música não funciona exatamente com todas as mulheres existentes, assim como relata a designer de moda Fernanda Gomez: "A música me relaxa em algumas ocasiões sim, mas ela não faz a cólica ir embora, eu só melhoro com a ajuda dos remédios mesmo". No entanto, após tantas confirmações cientificas e relatos, é difícil negar o ditado popular que diz: "quem canta os males espanta". 


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